Depois de passar por uma cirurgia complexa de transplante de fígado, Oluwabunmi Adukee, de 3 anos, ficou quase duas semanas em silêncio na UTI do Hospital da Criança, no Rio de Janeiro. A menina, que havia enfrentado um processo delicado de tratamento oncológico e cirurgia, recusava interações. Mas um gesto simples fez a diferença: uma boneca com uma cicatriz semelhante à dela.
O brinquedo foi entregue por um grupo de voluntários conhecido como Bonecos do Amor. Assim como Bunmii, apelido carinhoso da menina, a boneca também “tinha feito um transplante”. A mãe, Marinéa Coutinho, contou à revista CRESCER que o presente foi recebido ainda na UTI, mas, no início, não despertou reação. “Ela tinha operado há uns dois dias, então, nem deu confiança. Não queria assunto com ninguém”, relembrou.
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O cenário começou a mudar quando Marinéa passou a usar a boneca como ferramenta de comunicação. “Mostrava a cicatriz, dizia que a boneca também tinha ganhado um fígado. Até que um dia, ela começou a falar do transplante”, relatou. Foi nesse momento que a mãe gravou um vídeo, que rapidamente viralizou nas redes sociais.
Desde o nascimento, Bunmii convive com uma cardiopatia congênita rara, a dextrocardia, e uma má formação pulmonar. Em 2023, os pais notaram aumento no volume abdominal. Após um atendimento por suspeita de pneumonia, exames mais detalhados identificaram um câncer no fígado. O transplante se tornou necessário, e o doador compatível foi Miguel, irmão do meio de Marinéa.
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A cirurgia foi realizada há três meses e, segundo os médicos, a resposta do organismo da criança tem surpreendido positivamente. Bunmii segue internada, mas com evolução constante.
Filha de mãe brasileira e pai nigeriano, o nome completo da menina carrega significados fortes. Oluwabunmi, de origem iorubá, quer dizer “Deus me deu de presente”, enquanto Adukee significa “muito amado”.
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