A cantora Preta Gil faleceu neste domingo, 20 de julho, aos 50 anos, em Washington, nos Estados Unidos, vítima de um câncer colorretal diagnosticado em janeiro de 2023. A artista estava no país em busca de um tratamento experimental, após esgotar todas as alternativas terapêuticas disponíveis no Brasil.
O tratamento realizado no Virginia Cancer Institute fazia parte de um estudo clínico em fase final e utilizava uma técnica chamada terapia-alvo, que atua com base em mutações genéticas específicas dos tumores. Preta Gil foi incluída nesse protocolo por apresentar o perfil necessário para a pesquisa. No entanto, apesar da promessa do tratamento, sua resposta imunológica não foi satisfatória, e o câncer continuou a avançar.
Desde o diagnóstico, Preta enfrentou uma longa batalha contra a doença. Ela passou por sessões de quimioterapia e radioterapia, além de duas cirurgias — a primeira em agosto de 2024 para remoção dos tumores e a segunda, em dezembro, que durou 21 horas e resultou na colocação de uma bolsa de colostomia definitiva. Em maio, viajou aos EUA em busca de novas possibilidades terapêuticas.
Durante o tratamento experimental, a cantora recebia uma combinação de bevacizumabe (medicamento de terapia-alvo) e fluoruracila (quimioterapia paliativa), além de aplicações intravenosas a cada 12 dias. Mesmo com todos os esforços, os resultados foram insatisfatórios e, ao decidir retornar ao Brasil, Preta passou mal na ambulância, não resistindo.
Especialistas explicam que, embora o Brasil tenha avançado na realização de estudos clínicos, a infraestrutura e os recursos dos Estados Unidos ainda oferecem um leque mais amplo de possibilidades, especialmente em casos complexos como o de Preta Gil.
A cantora compartilhou grande parte de sua jornada com o público, utilizando as redes sociais para conscientizar sobre a doença e os desafios do tratamento. Sua morte gerou comoção nacional e internacional, marcando o fim de uma trajetória corajosa e pública de enfrentamento ao câncer.