A canadense Ariel Chabot, de 27 anos, levou a filha Melody, então com quatro meses, ao hospital acreditando que os sintomas da bebê estavam relacionados à gripe ou à asma. No entanto, o que parecia algo simples se transformou em uma corrida pela vida. A pequena foi diagnosticada com cardiomiopatia dilatada, uma condição rara em que o ventrículo esquerdo do coração se alonga e enfraquece, comprometendo a capacidade de bombear sangue.
“Todos pegamos um resfriado comum, e eu achei que estava levando minha filha ao hospital apenas para pegar uma bombinha, mas era algo muito pior. Tudo aconteceu tão rápido, dentro da mesma manhã. Parecia um pesadelo. Ficamos em choque, porque a última coisa que você imagina é que sua filha tenha insuficiência cardíaca”, contou Ariel à Newsweek.
Desde o diagnóstico, Melody, agora com oito meses, segue internada em um hospital infantil em Ontário, aguardando na fila por um transplante de coração. Ela está ligada ao Berlin Heart, um dispositivo que ajuda a manter o funcionamento do órgão enquanto espera o transplante.
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Os sintomas começaram de forma discreta. Segundo a mãe, por volta dos quatro meses, Melody se tornou “grudada e irritada”, algo que os pais atribuíram ao nascimento dos primeiros dentes. Com o passar das semanas, no entanto, o quadro piorou. “Ela suava tanto que eu não conseguia colocá-la no sofá sem deixar uma marca de suor. Recusava comer, não queria ficar de bruços e estava sempre chorando ou dormindo. Depois, começou a respirar com dificuldade e ficou muito pálida”, relatou Ariel.
A cardiomiopatia dilatada é uma condição extremamente rara: afeta menos de um caso por 100 mil meninas, segundo pesquisas médicas. Em muitos diagnósticos infantis, a causa é desconhecida. “Até três quartos dos casos são classificados como ‘idiopáticos’, ou seja, sem causa identificável”, explicou o médico Chris Knoll, especialista em cardiologia pediátrica do Phoenix Children.
Knoll afirmou que o diagnóstico precoce é desafiador, pois os sintomas se assemelham a doenças comuns da infância, como infecções virais ou refluxo. “É preciso treinamento especializado em cardiologia pediátrica para identificar as diferenças sutis entre esses quadros e a cardiomiopatia dilatada”, destacou.
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Ariel criou o perfil nas redes sociais para compartilhar a jornada da filha e alertar outras famílias sobre sinais que muitas vezes passam despercebidos. Um dos vídeos que mostra a rotina de Melody e seus sintomas já ultrapassou 300 mil visualizações.
Mesmo diante da incerteza, a mãe mantém a esperança. “Essa notícia nos atingiu com choque, mas agora entendemos o caminho da Melody e estamos prontos para enfrentá-lo com ela. Ela nos escolheu para sermos seus pais por uma razão para sermos uma força positiva”, disse.
Com fé e gratidão à equipe médica, a mãe segue aguardando o dia em que a filha poderá viver fora do hospital. “Quando ela receber o coração, vai poder brincar, correr e ir para a escola como qualquer criança. Será uma segunda chance de vida, e quando esse doador chegar, serei eternamente grata à família dele”, finalizou.
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